SOS COMUNIDADES DO BAIXO SUL DA BAHIA

As comunidades atingidas pelo óleo pedem socorro!

SAIBA COMO AJUDAR

Vakinha pelo Baixo Sul

O óleo chegou às costas baianas em meados de outubro, contaminando ambientes de valor inestimável para manutenção da biodiversidade marinha e a beleza cênica que movimenta a economia do turismo. Os danos, no momento, são imensuráveis e as consequências a médio e longo prazo, desconhecidas, diante de um dos maiores desastres ambientais, econômicos e sociais da história do país.

Moradores, pescadores, extrativistas, voluntários e membros das Prefeituras Municipais, na sua maioria, sem a assistência e o conhecimento técnico adequado, colocaram-se e continuam se colocando em risco no esforço de limpar os ambientes, praias, mangues, recifes, marismas, estuários e piscinas de corais, dos quais dependem para sobreviver direta ou indiretamente.

O óleo bruto ou petróleo é uma substância composta por uma mistura complexa que inclui hidrocarbonetos aromáticos do tipo HPA’s. Os riscos toxicológicos envolvidos são graves, agudos e crônicos, podendo levar à morte. Entre os componentes mais tóxicos estão o benzeno, o tolueno e o xileno. O benzeno, substância tóxica que pode causar má formação fetal, patologias graves e potencialmente fatais como câncer e aplasia de medula. As frações que se misturam à água contaminam os habitats, penetram nos tecidos, se incorporam à cadeia trófica, prejudicando a reprodução e sobrevivência dos organismos marinhos e estuarinos, incluindo espécies de importância econômica. Além disso, esses ecossistemas fornecem os meios de sustento de centenas de pessoas que vivem da pesca, dos frutos do mar ou do turismo.

A destruição dos ecossistemas atingidos é incalculável e, na interface social, configura-se um problema de alta gravidade de saúde pública: as populações locais que estão se voluntariando para limpar o óleo estão desprovidas dos equipamentos adequados de proteção pessoal (EPI). Centenas de pessoas já estão apresentando sinais de intoxicação e, se providências não forem tomadas, muitas não contarão com o acompanhamento médico devido.

O óleo ainda não parou de chegar. Não sabemos onde o óleo está ou para onde vai. Nem se pode estimar quanto óleo ainda vai atingir essas áreas, nem por quanto tempo. Os voluntários vêm trabalhando incansavelmente e a falta dos EPIs adequados os expõe a riscos graves de saúde. Faltam materiais para o trabalho de contenção das manchas de óleo para que não atinjam os mangues, estuários e áreas sensíveis ainda não contaminados, para a limpeza e monitoramento dos que foram atingidos e para o acondicionamento e recolhimento dos resíduos já coletados. Faltam, também, recursos e espaços para o resgate, acolhimento, atendimento e emergências e descontaminação dos animais vitimados pelo óleo.

O mangue é o ambiente ecossistêmico das atividades produtivas tradicionais de muitas comunidades do Baixo Sul. Para essas comunidades, em especial para as comunidades extrativistas, esses ecossistemas representam a principal e, muitas vezes, única fonte de alimento e de renda, relacionada à pesca e à mariscagem. Na maioria dessas comunidades, não há saneamento básico e o serviço público de energia elétrica foi estabelecido muito recentemente. A água nessas comunidades é proveniente de fontes naturais, que vêm sendo ameaçadas pela pressão fundiária. Há comunidades quilombolas no interior dos mangues onde a água doce é praticamente inexistente para consumo humano, agricultura ou pecuária.

As populações afetadas já começam a passar dificuldades. O extrativismo dos mangues e estuários, de onde vinha certo grau de autonomia alimentar, não é mais seguro e as contrainformações do governo representam um risco maior nesse aspecto. Milhares de pessoas perderão suas fontes de sustento em razão da contaminação residual, que ainda não foi analisada e ficarão, por prazo indeterminado, sem condições de sobrevivência.

Nesse cenário é fundamental apoiar estratégias para dar suporte e alternativas de segurança alimentar a essas pessoas.

Pela gravidade deste quadro, a Associação Brasileira de Combate ao Lixo No Mar (ABLM), em parceria com a Coalizão pelo Clima - SP e o Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) estão unindo esforços para atendimento das comunidades do Baixo Sul da Bahia* e solicitam:

  • - Recursos para a compra dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e de outros materiais para garantir a saúde dos voluntários das ações de limpeza, coleta de óleo e proteção dos ambientes (ecobarreiras), diante da exposição de elementos tóxicos presentes no óleo que chega ao ambiente costeiro e estuarino;
  • - Doações de alimentos e itens de higiene pessoal para composição de cestas básicas que darão suporte a famílias de pescadores e marisqueiras locais que não receberão o adiantamento do Seguro-Defeso (benefício pago pelo Governo Federal a pescadores artesanais que ficam impedidos de exercer a atividade pesqueira em razão da necessidade de preservação de espécies);
  • - Doações de sementes tradicionais crioulas (mais resistentes às intempéries e não dependentes de agrotóxicos) para a organização microrregional de sistemas agropecuários sustentáveis como alternativas para a autonomia alimentar - que existia através do mar e que agora não é mais viável - a médio e longo prazo das comunidades de extrativistas, pescadores e pescadoras atingidos pelo óleo no Baixo Sul da Bahia;
  • - Recursos para construção de cisternas para abastecimento de água doce das comunidades cujas fontes de suprimento foram contaminadas pelo óleo;
  • - Recursos para montagem de pontos e ações de primeiro atendimento à fauna marinha oleada, manutenção da base para processos de estabilização, tratamento e reabilitação de animais marinhos; manutenção de tartarugueiros para a realização do monitoramento das áreas de desova na Península de Maraú e comunidades do entorno; e
  • - Recursos para custeio de operações de logística, transporte, deslocamento, serviços eventuais de terceiros.

*O Território do Baixo Sul da Bahia é região compreendida entre os municípios de Valença e Maraú, com população composta, majoritariamente, por comunidades tradicionais pesqueiras e extrativistas (75%), a exemplo de Garapuá e Batateira, em Cairu; Graciosa, em Taperoá; Pau d'Óleo, em Igrapiúna; Imbilina e Tanque, em Maraú.


METAS

  1. Aquisição de equipamentos de proteção individual: 250 kits
  2. Aquisição de materiais para retirada, condicionamento do óleo e prevenção de contaminação de mangues e estuários (ecobarreiras): 10 kits
  3. Aquisição de produtos para proteção contra a exposição (solar e ao óleo): 250 kits
  4. Aquisição de ítens para garantia da segurança alimentar das comunidades tradicionais pesqueiras e extrativistas dos mangues e estuários: 500 cestas, diversas sementes
  5. Aquisição de equipamentos e produtos de uso veterinário para fauna oleada: 4 kits
  6. Aquisição de materiais para construção de cisternas: 100 kits
  7. Custeio das atividades: 3 meses

Total das metas em valores estimados: R$387 mil
PLANILHA ORÇAMENTÁRIA
EPIS OPERAÇÕES DE REMOÇÃO DE ÓLEO
OPERAÇÕES COM EMBARCAÇÕES
KIT BASE DE ESTABILIZAÇÃO
KIT PRIMEIROS SOCORROS
ANÁLISES, RECUPERAÇÃO E REMEDIAÇÃO


Pontos de coleta de materiais:

  1. Parque Santo Dias: Rua Jasmim da Beirada, 71 - Capão Redondo, São Paulo - SP, CEP 05868-580
  2. Matilha Cultural: R. Rêgo Freitas, 542 - República, São Paulo - SP, CEP 01220-010
  3. Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias do Município de São Paulo: Rua da Quitanda, 101, Centro, São Paulo-SP, CEP 01012-010

Todas as contribuições em dinheiro, materiais e equipamentos serão administrados inicialmente pelas equipes da Coalizão pelo Clima - SP, membros da ABLM (SP e BA) e pelo Sindisep para posterior encaminhamento e distribuição às lideranças locais da Costa do Dendê, municípios costeiros do Baixo Sul da Bahia, iniciando pelas ilhas de Tinharé e Boipeba, em Cairu e da Península Maraú, onde encontram-se associados e entidades parceiras da ABLM, facilitando o controle das doações - com posterior prestação de contas - garantindo sua utilização para os objetivos a que se prestam e a transparência do processo.

ABLM - CNPJ: 19.557.738/0001-82
Banco: 290 - PagSeguro Internet S.A.
Agência: 0001
Conta corrente: 09873230-8 / Tipo: conta de pagamento

Vakinha Virtual: http://vaka.me/795449

A prestação de contas será disponibilizada online no site e nas redes sociais da ABLM e das entidades parceiras.

Precisamos de amor, ciência e toda a ajuda possível para minimizar os danos e prosseguir na nossa defesa pela Vida, pela Natureza e pela Soberania dos Povos do Mar!

Saiba como ajudar!

oações de equipamentos e materiais

Você também pode nos ajudar doando equipamentos (inclusive EPI) e outros materiais. Para ver a lista de materiais clique AQUI. Depois basta enviar para um dos nossos pontos de coleta.


Doações de alimentos

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